«Soneto da Separação»
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Moraes
1 Comments:
Hoje encontrei por acaso o teu blog... E ainda bem que o encontrei :) Deverias divulgá-lo, mesmo!
Sabes, este poema faz todo o sentido e mais algum...É tristemente belo, irremediávelmente puro e verdadeiro...Não conhecia, assumo a ignorância. É lindo...e deu-me a paz para esta noite.
Continua a postar. Experimenta coisas tuas. Sensibilidade poética pareces ter! Agora só te falta voar sem as "cordas" dos outros, que te suspendem/seguram.
Bjokas
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